Cardiopatias pediátricas
Visão geral sobre as cardiopatias
- 1% dos bebês nasce com cardiopatia congênita.
- Nove em cada 1.000 bebês nascidos nos Estados Unidos têm uma anormalidade cardíaca congênita.
- Um terço dos bebês requer intervenção para evitar o óbito no primeiro ano de vida.
- 85% a 90% das cardiopatias congênitas não têm causa conhecida.
- 5% a 6% dos casos de cardiopatia congênita estão relacionados a uma anomalia cromossômica.
- 3% a 5% das cardiopatias congênitas se devem a defeitos em um só gene.
- 2% das cardiopatias congênitas estão relacionados a fatores ambientais.
- Aproximadamente 1,3 milhão de pessoas que vivem nos Estados Unidos no presente nasceram com defeito cardíaco congênito e pelo menos metade desses indivíduos tem menos de 25 anos de idade.
Quais são as causas da cardiopatias congênitas?
Quando é diagnostica a cardiopatia congênita, as mães com frequência querem saber se fizeram alguma coisa que pudesse causar a cardiopatia congênita no bebê. É importante lembrar que, na maioria das vezes, o DCC não tem causa. Na maior parte dos casos, não há motivo identificável para que ocorra o defeito cardíaco.
Contudo, alguns grupos de risco são:
- mulheres que tomam medicação anticonvulsivante durante a gravidez
- mulheres que tomam lítio na gestação
- mulheres que têm fenilcetonúria, mas não aderem à dieta especial necessária
- mulheres que têm diabetes insulino-dependente ou lúpus
- mulheres que contraem rubéola durante a gravidez
- existe risco de cerca de 8% a 10% de a mãe com defeito cardíaco congênito (DCC) ter um bebê com algum tipo de DCC, mas não necessariamente o mesmo da mãe. Recomenda-se a monitorização pré-natal de alto risco da mãe e do bebê.
Caso a mãe esteja em uma dessas categorias, é importante conversar com o médico durante a gravidez.
Quais são os tipos de cardiopatias congênitas?
Diversas cardiopatias congênitas são detectados e tratados no início da lactância.
- Ducto arterioso persistente – o sangue contorna os pulmões, impedindo que o oxigênio circule
- Tetralogia de Fallot – quatro defeitos cardíacos simultâneos
- Transposição dos grandes vasos – o sangue do lado esquerdo e do lado direito do coração se mistura
- Coartação da aorta – redução do calibre da aorta
- Coração hipoplásico – o lado direito ou esquerdo do coração não é completamente formado
- Comunicação Interatrial (CIA) – defeito do septo atrial
- Comunicação interventricular (CIV) – abertura na parede que separa os dois ventrículos
- Problemas das válvulas cardíacas
Sintomas das cardiopatias congênitas
Os sintomas dessa afecção em lactentes e crianças são:
- cianose – coloração azulada da pele, das unhas e dos lábios
- respiração rápida e alimentação difícil
- pouco ganho de peso
- infecções pulmonares recorrentes
- incapacidade de fazer exercícios ou brincadeiras vigorosas
Importante! Como Suspeitar de Doença Cardíaca na Infância?
https://www.youtube.com/watch?v=Y2pXY84G8cs
Assista a esse vídeo da excelente cardiologia pediátrica de São Paulo, a Dra. Maria Fernanda Jardim.
Ela diz algo muito importante: não cabe aos pais e nem aos pediatras fazerem diagnósticos de cardiopatias, mas não existe nenhuma razão para não termos uma visão de como “suspeitar” dos sinais de que algo não esteja em ordem com seu filho, sobrinho ou filho de um amigo.
Qual é a importância disso?
Muito importante, quanto antes se detecta a anormalidade e assim a criança é encaminhada ao cardiologista pediátrico, mais chances de recuperação ou mais chances da recuperação ser menos problemática, que são coisas diferentes, mas igualmente importantes.
Todas as cardiopatias congênitas mostram coloração azul da pele (cianóticas)?
Não. Existem as cardiopatias cianóticas e as não-cianóticas
Cianóticas
- Coração esquerdo hipoplásico
- Transposição dos grandes vasos
- Atresia tricúspide
- Retorno venoso anômalo total
- Tronco arterial
- Tetralogia de Fallot
Não cianóticas
- CIV
- CIA
- Estenose pulmonar
- Coarctação da aorta
- Ducto arterioso persistente
- Estenose aórtica
As cardiopatias congênitas são genéticas?
Cerca de 1% das crianças nasce com DCC, mas o risco aumenta se um dos pais ou algum irmão tiver DCC.
- Quando uma criança tem cardiopatia congênita, a probabilidade de um segundo filho ter o defeito é de 1,5% a 5%.
- Quando dois irmãos têm cardiopatias congênitas, a probabilidade de a terceira criança ter o defeito é de 5% a 10%.
- Se a mãe tiver uma cardiopatia congênita, a criança tem 2,5% a 18% de chance de também ter.
- Se o pai tiver uma cardiopatia congênita, a criança tem 1,5% a 3% de chance de também ter.
- Caso a mãe tenha cardiopatia congênita, recomenda-se que converse com um geneticista ou especialista em genética antes de engravidar. Nas famílias com cardiopatias congênitas, seja nos ascendentes ou descendentes, pode-se realizar um e ecocardiograma no segundo trimestre de gestação para determinar a presença de defeitos cardíacos importantes.
Outras causas de cardiopatias congênitas-as anormalidades cromossômicas
Os cromossomos são estruturas nas células humanas que contêm os genes, os quais determinam traços como a cor dos olhos e o tipo de sangue. Em geral, existem 46 cromossomos em cada célula do corpo. Ter cromossomos a mais ou a menos resulta em problemas de saúde e defeitos congênitos.
Cinco a oito por cento dos bebês com DCC têm anomalia cromossômica.
Há diversas anormalidades cromossômicas associadas aos defeitos cardíacos congênitos, entre elas:
- síndrome de Down
- trissomia 18 e trissomia 13
- síndrome de Turner
- síndrome do grito do gato (cri-du-chat)
- síndrome de Wolf-Hirshhorn
- síndrome de Di George ou velo-cárdio-facial
- síndrome de Williams
Outras causas de cardiopatias congênitas-defeitos de um só gene
Quando um gene sofre mutação, vários problemas de saúde podem ocorrer. Diversos problemas com causa genética em geral são denominados síndrome. Algumas síndromes genéticas são associadas à maior incidência de defeitos cardíacos, quais sejam:
- síndrome de Marfan
- síndrome de Smith-Lemli-Opitz
- síndrome de Ellis-van Creveld
- síndrome de Holt-Oram
- síndrome de Noonan
- mucopolissacaridoses
Exames para detecção de defeitos cardíacos congênitos
Os defeitos cardíacos congênitos com frequência são detectados quando o médico percebe sons anormais ou sopro cardíaco quando ausculta o coração do bebê. Dependendo do tipo de sopro que ouve o médico pode pedir mais exames como:
- Ecocardiograma
- Cateterismo cardíaco
- Radiografia de tórax
- Ressonância magnética (RM)
- Exames de sangue/análise cromossômica
Se a criança for diagnosticada com anormalidade cromossômica ou de outro tipo, o aconselhamento genético é útil para determinar o risco de ocorrência de defeito cardíaco em filhos futuros.
REFERÊNCIAS
CIRURGIÕES CARDÍACOS PEDIÁTRICOS
Alto nível de especialização e em plena atividade no Brasil
Dr. Renato Samy Assad
Samaritano
Cirurgião cardiovascular do Hospital Samaritano, São Paulo
Dr. José Pedro da Silva
BP
Chefe de equipe da cirurgia cardíaca no Hospital Beneficiência Portuguesa, São Paulo